Os super-ricos e a crise climática: como 1% da população está destruindo o Planeta em apenas 10 dias!
- PED Sustentável
- 20 de jan.
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Em apenas dez dias de 2025, o 1% mais rico da população global atingiu seu limite anual de emissões de carbono, segundo um relatório da Oxfam. A cota considera a quantidade máxima de CO2 que pode ser emitida sem ultrapassar o aquecimento de 1,5°C estipulado pelo Acordo de Paris. Este marco destaca a contribuição desproporcional dos super-ricos para a crise climática, enquanto são os que menos sofrem seus impactos. Em contraste, a metade mais pobre da população levaria quase três anos para atingir o mesmo nível de emissões, evidenciando a injustiça climática e os impactos devastadores para comunidades vulneráveis.

Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam Internacional, enfatizou que o futuro do planeta está em risco. Ela criticou os super-ricos por desperdiçarem as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Segundo Dabi, uma pequena elite está roubando bilhões de pessoas de seu futuro para alimentar sua ganância insaciável. Dados mostram que os bilionários emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida, seja pelo alto consumo, viagens em jatinhos e iates de luxo, ou investimentos em indústrias poluentes.
O relatório também destaca que as emissões do grupo mais rico já causaram trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes em todo o mundo. Enquanto isso, os países em desenvolvimento receberam três vezes menos financiamento climático do que o necessário para enfrentar os desafios impostos pela nova realidade do clima. Na Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, ativistas e organizações cobraram a taxação dos super-ricos, pedindo que paguem pelos danos que estão causando ao planeta.
A proposta do Ministério da Fazenda do Brasil sugere que uma taxação de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos poderia gerar US$ 250 bilhões por ano para investimentos no combate à desigualdade e na transição ecológica. A medida também foi pauta da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, com uma menção na carta final brasileira. A urgência de ações concretas para mitigar as emissões de carbono e promover a justiça climática é evidente, e a taxação dos super-ricos surge como uma solução viável para financiar a transição para uma economia sustentável.
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