Os desafios das empresas da B3 contra o risco climático
- PED Sustentável
- 2 de set. de 2024
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A crise climática está impondo uma série de desafios econômicos, com impactos distintos em diferentes setores. Um relatório da XP analisou a exposição de setores e empresas da B3 aos riscos climáticos, destacando os setores de papel e celulose, agronegócio, alimentos e bebidas, mineração e siderurgia como os mais vulneráveis aos riscos físicos, que incluem danos a ativos, pessoas e infraestrutura crítica.
Os setores de óleo e gás, transportes, mineração e siderurgia também enfrentam riscos de transição, decorrentes de mudanças de mercado, tecnologia, impactos negativos à reputação e cenários regulatórios. A XP observa que eventos extremos, como as chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul, aumentam a preocupação dos investidores sobre como as empresas estão se adaptando às mudanças climáticas.
A incerteza sobre a melhor forma de avaliar a resiliência e os planos de adaptação das empresas dificulta a integração de informações climáticas no processo de investimento. A Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD) desenvolveu um padrão de orientações para medir e divulgar riscos financeiros relacionados ao clima, agora incorporado ao novo padrão global do International Sustainability Standards Board (ISSB).
No setor de papel e celulose, empresas como Suzano, Klabin e Irani podem ter sua produção interrompida por secas, inundações e incêndios florestais. O agronegócio é particularmente vulnerável, com altos níveis de exposição a secas, incêndios florestais, altas temperaturas e escassez de água, afetando a produtividade de produtores agrícolas e a demanda por insumos agrícolas.
Na mineração, empresas como Vale, CSN Mineração e Aura Minerals enfrentam riscos de enchentes e chuvas intensas, que podem impactar a secagem dos minerais extraídos e a disponibilidade de água para processamento. O setor também lida com riscos de transição, como o aumento do custo das matérias-primas e a precificação do carbono, além da demanda variável por metais conforme a preferência por produtos de baixo carbono.
Os setores de óleo e gás e transportes também estão expostos a riscos de transição, com a adoção de novas tecnologias e estratégias para reduzir emissões de gases de efeito estufa. As divulgações obrigatórias de riscos e oportunidades climáticas, que serão implementadas no Brasil a partir de 2026, serão fundamentais para orientar investidores na alocação de capital.





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