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CVM estuda prolongar a emissão de relatórios de sustentabilidade

  • Foto do escritor: PED Sustentável
    PED Sustentável
  • 7 de abr.
  • 2 min de leitura

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está liderando uma iniciativa para ouvir empresas e entender os desafios relacionados à implementação dos relatórios de sustentabilidade obrigatórios a partir de 2026 no Brasil. Apenas duas empresas, de um universo de cerca de 700 de capital aberto, aderiram ao período de teste voluntário para os exercícios de 2024 e 2025. Este cenário preocupa o regulador, que lançou uma pesquisa para diagnosticar as dificuldades e avaliar possíveis ajustes nos prazos de implementação das novas normas.


Os relatórios, que seguem os padrões do ISSB (International Sustainability Standards Board), demandam divulgações detalhadas de informações financeiras sobre sustentabilidade. Este padrão inclui dados relacionados a impactos climáticos, como o aquecimento global, e busca maior precisão na comparação entre empresas. No entanto, a complexidade dos relatórios e a necessidade de adaptação interna representam grandes desafios para as organizações.

Imagem com as iniciais CVM - comissão de valores mobiliários

A CVM identificou que a baixa adesão voluntária pode estar relacionada à insegurança das empresas em atender aos requisitos ainda em estágio inicial. Em resposta, o regulador estendeu o prazo de adesão voluntária até dezembro de 2025, criando uma oportunidade para que mais empresas se preparem antes da obrigatoriedade. Essa extensão busca incentivar a adaptação do mercado, permitindo uma transição mais eficiente para as novas exigências.


Um dos principais pontos de dificuldade levantados pelas empresas é a mensuração das emissões de gases do efeito estufa no escopo 3, que contempla emissões indiretas em cadeias de valor. Esse desafio requer novas ferramentas, profissionais especializados e aprimoramento nos processos de mensuração e controle. Por conta da complexidade, a CVM reforça a importância de uma curva de aprendizado nesse processo.


Além disso, o impacto global das normas ISSB reflete em um movimento mais amplo de valorização da sustentabilidade no mercado de capitais. A adesão de 56 jurisdições às normas e a coordenação pelo Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS) destacam a relevância dessa transição para reduzir práticas de greenwashing e aumentar a competitividade das empresas no cenário internacional.


A iniciativa da CVM é essencial para fortalecer a transparência e a confiabilidade no mercado financeiro brasileiro. Com apoio de investidores, auditores e especialistas, a pesquisa vai moldar a estratégia de implementação das normas, equilibrando a urgência das ações climáticas com os desafios técnicos e organizacionais enfrentados pelas empresas.

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