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Créditos de biodiversidade, o que esperar dessa nova modalidade de investimento sustentável?

  • Foto do escritor: PED Sustentável
    PED Sustentável
  • 3 de fev.
  • 2 min de leitura

A proteção e restauração da natureza exigem um investimento significativo, estimado em pelo menos US$ 700 bilhões anuais pelas Nações Unidas. A maior parte desse valor deve vir de governos, revertendo subsídios prejudiciais à natureza. No entanto, levantar os US$ 200 bilhões restantes no setor privado requer a adaptação de instrumentos existentes e a criação de novos mecanismos, como os créditos de biodiversidade, que estão ganhando força como uma forma de direcionar recursos privados para a conservação e restauração ambiental.


Os créditos de biodiversidade ganharam destaque após a aprovação do Marco Global da Biodiversidade em 2022, também conhecido como "Acordo de Paris da Natureza". Esse novo tipo de ativo baseado na natureza tem atraído a atenção de diversas organizações e gerado debates sobre sua eficácia e integridade. A demanda por biocréditos pode chegar a US$ 7 bilhões em 2030, dependendo dos avanços nos próximos anos, embora atualmente os projetos sejam poucos e esparsos, movimentando menos de US$ 1 milhão em compras.

arara azul no meio da natureza

Os créditos de biodiversidade diferem dos créditos de carbono, que correspondem a uma tonelada de CO2 evitada ou retirada do ar. Um crédito de biodiversidade pode representar várias medidas, como o aumento da população de uma espécie animal ou de microorganismos no solo. A aplicação desses créditos também é distinta, sendo mais voltada para a preservação e restauração da diversidade biológica em áreas específicas, sem a equivalência direta dos créditos de carbono.


Existem casos em que os biocréditos podem ser usados para compensação ambiental, como na Colômbia e nos Estados Unidos, onde são aceitos para compensar prejuízos ambientais causados por grandes obras. No entanto, a compra voluntária por empresas ou organizações gera controvérsias, com críticos argumentando que o mercado de biodiversidade pode abrir margem para greenwashing e distrair dos esforços para endurecer leis e regulações ambientais.


No Brasil, o Paraná foi o primeiro governo subnacional a estabelecer uma política para créditos de biodiversidade, visando compensar a pressão ambiental causada por empresas e indústrias. Além disso, a Associação Sociocultural Yawanawá, em parceria com a Wildlife Works e a Forest Trends, desenvolveu uma metodologia própria para unidades de gestão de biodiversidade, destacando a importância de envolver comunidades indígenas e populações locais no desenvolvimento de soluções.


A necessidade de mobilizar mais capital privado para a recuperação e preservação de ecossistemas é urgente. Embora os créditos de biodiversidade ainda enfrentem desafios e críticas, eles representam uma tentativa inovadora de financiar a conservação ambiental. A colaboração entre empresas, pesquisadores e organizações é fundamental para alcançar um futuro mais sustentável.


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