Brasil avança na sustentabilidade com o projeto combustível do futuro
- Felipe Cunha
- 23 de set. de 2024
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O projeto do Combustível do Futuro, aprovado recentemente, promete transformar o setor agrícola brasileiro, especialmente na produção de biodiesel. A nova legislação altera os percentuais de mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, além de incentivar o uso de diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF). Com isso, a demanda por soja, principal matéria-prima para o biodiesel, deverá crescer significativamente, passando de 6 milhões de toneladas em 2024 para 11,1 milhões de toneladas em 2030, esse aumento também impactará o esmagamento de soja que deverá atingir 55,8 milhões de toneladas em 2030.
A mistura de etanol na gasolina será fixada em 27%, com possibilidade de ajuste entre 22% e 35% pelo Poder Executivo, conforme as condições de mercado. Já a mistura de biodiesel no diesel, atualmente em 14%, será aumentada gradualmente a partir de 2025, chegando a 20% em 2030. Esse crescimento na demanda por biodiesel deverá mais que dobrar a produção no Brasil, de 8 bilhões de litros em 2024 para 16,9 bilhões de litros em 2030. O país, que já é o maior produtor mundial de óleo de soja, também deverá alcançar um novo recorde na produção do grão na safra 2024/25, com 169 milhões de toneladas.
Além disso, o projeto estabelece que as companhias aéreas deverão reduzir as emissões de gases de efeito estufa utilizando SAF, começando com 1% em 2027 e atingindo 10% em 2037. A regulamentação do diesel verde também é um ponto importante, com uma mistura mínima de até 3% ao ano, definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O diesel verde é produzido a partir de biomassa renovável, contribuindo para a redução das emissões de carbono, a criação de regras para a estocagem geológica de dióxido de carbono (CO2) permitirá que empresas solicitem autorização para injetar CO2 em reservatórios geológicos, ajudando a mitigar as emissões.
O projeto, que agora aguarda a sanção presidencial , foi construído em consenso entre todas as partes envolvidas e não deve sofrer vetos ou modificações. Segundo Julio César Minelli, diretor superintendente da Aprobio, a medida deverá ser ratificada sem alterações. A aprovação desse projeto representa um passo significativo para o Brasil na busca por combustíveis mais sustentáveis e na redução das emissões de gases de efeito estufa, consolidando o país como líder na produção de biocombustíveis.
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