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O compromisso climático da C&A: Como a moda está reduzindo sua pegada de carbono no Brasil

  • Foto do escritor: PED Sustentável
    PED Sustentável
  • 30 de jun.
  • 2 min de leitura

Nos últimos anos, a sustentabilidade ganhou lugar central nas estratégias corporativas — e a C&A, uma das maiores varejistas de moda do mundo, acaba de elevar suas ambições climáticas no Brasil. A companhia aumentou sua meta de redução de emissões de CO₂ de 30% para 42% até 2030, com base no inventário de 2023. Essa meta atualizada, reconhecida pelo selo internacional da SBTi (Science Based Targets Initiative), reflete a necessidade de alinhar o crescimento da operação com os desafios climáticos, já que nos últimos dois anos a empresa inaugurou 55 novas lojas e expandiu fortemente sua atuação digital.

Foto da entrada da loja da C&A em shopping

Um dos grandes desafios da C&A está nas emissões de escopo 3, que representam cerca de 65% das emissões totais e vêm principalmente da aquisição de bens e serviços na cadeia produtiva. Para lidar com esse cenário, a empresa estabeleceu como objetivo utilizar 80% de matérias-primas sustentáveis até 2030. Atualmente, esse índice é de 70%, sendo que 96% do algodão usado tem certificação socioambiental (selo ABR). Apesar de críticas sobre a independência dessas certificações, a companhia desenvolveu um protocolo próprio com 75 critérios para avaliar fornecedores, indo além das exigências mínimas de mercado.


A rastreabilidade dos insumos ainda é um obstáculo significativo, sobretudo no setor têxtil, altamente dependente de matéria-prima asiática. Para aumentar o controle, a C&A mantém um escritório na China e aplica seu rigoroso checklist a todos os fornecedores. Iniciativas como pilotos para mensuração das emissões de fornecedores estratégicos também vêm sendo implementadas, ajudando a aprimorar o inventário corporativo e criar diretrizes mais precisas para descarbonização.


Outra meta relevante da empresa é a redução de 50% no uso de plásticos em sua operação até 2030. Em 2024, o corte foi de 41%, impulsionado pela adoção de tecnologias logísticas mais limpas. Um exemplo notável é a substituição dos sacos plásticos por etiquetas inteligentes nos centros de distribuição automatizados, que resultou na economia de 82 toneladas de plástico em apenas um ano — uma inovação pioneira no setor.


A circularidade também compõe o tripé estratégico da C&A, que visa incluir princípios circulares em 50% de suas peças até 2030. A reformulação dos critérios de avaliação de produtos circulares incorporou variáveis como design para reutilização, matérias-primas recicláveis e extensão do ciclo de vida. Programas como o Movimento ReCiclo já demonstram impacto: 80 mil peças foram arrecadadas em 2024, sendo majoritariamente doadas ou recicladas, com parte convertida na coleção Jeans Circular.


Engajar consumidores e capacitar fornecedores está no centro da estratégia da varejista para construir um modelo de moda mais responsável. A campanha #VistaAMudança, com comunicação educativa nas lojas e etiquetas informativas, busca transformar a mentalidade de compra dos clientes. A C&A aposta que o futuro da moda será moldado por escolhas conscientes — e quer liderar esse movimento com metas ousadas e transparência no processo.

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