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Brasil na rota da Economia Circular: Stellantis inaugura centro inovador em Osasco

  • Foto do escritor: Felipe Cunha
    Felipe Cunha
  • 22 de set.
  • 2 min de leitura

A Stellantis, gigante automotiva que lidera o mercado brasileiro com marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, está apostando fortemente no Brasil como peça-chave de sua estratégia global de economia circular. Em um país onde apenas 1,5% dos veículos é reaproveitado ao fim da vida útil, a empresa enxerga um mercado potencial de pelo menos R$ 2 bilhões por ano. A vice-presidente global de Economia Circular, Laurence Hansen, esteve em São Paulo para anunciar a inauguração de um centro de desmontagem veicular em Osasco, marcando o início de uma nova era para o setor automotivo nacional.


O novo Centro de Desmontagem Veicular Circular AutoPeças, fruto de um investimento de R$ 13 milhões, tem capacidade para processar até 8 mil veículos por ano. Essa estrutura é apenas a segunda do tipo no mundo dentro da Stellantis — a primeira está localizada em Turim, na Itália. A iniciativa visa transformar o modelo de negócios tradicional, promovendo o reaproveitamento de peças e materiais, reduzindo o impacto ambiental e gerando novas fontes de receita. Em contraste, o mercado brasileiro de desmanche é atualmente fragmentado entre cerca de 5 mil operadores, muitos com gestão familiar e capacidade limitada a até 5 veículos por mês, enquanto a Stellantis consegue absorver aproximadamente 28 veículos por dia, transformando a pós-venda da cadeia automobilística.


Segundo Hansen, o Brasil representa uma oportunidade estratégica por ainda estar em estágio inicial na economia circular. Enquanto países como Japão reaproveitam até 80% dos veículos em fim de vida útil, o Brasil está apenas começando. Se o país alcançasse índices semelhantes, o setor poderia movimentar até R$ 100 bilhões por ano. A executiva reforça que a Stellantis está na vanguarda global e que é melhor “fazer parte da história desde o início do que se juntar depois”.


Além dos benefícios ambientais, os investimentos em economia circular também têm um papel crucial na resiliência da Stellantis frente a riscos regulatórios, geopolíticos e mudanças no comportamento dos consumidores. A empresa reconhece que a venda de carros novos já não cresce em todos os mercados, o que exige uma abordagem mais pragmática e sustentável. A unidade de Economia Circular da Stellantis já é lucrativa em outras regiões, e a expectativa é replicar esse sucesso na América do Sul.

fundo azul com o nome stellantis em branco ao centro

A iniciativa em Osasco é um marco para o Brasil, que poderá se tornar referência regional em práticas sustentáveis no setor automotivo. O centro não apenas amplia a capacidade de reaproveitamento de veículos, mas também sinaliza uma mudança de mentalidade na indústria, que passa a enxergar valor no ciclo completo dos produtos. A Stellantis demonstra que inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas, gerando impacto positivo para o meio ambiente, a economia e a sociedade.


Com essa movimentação estratégica, o Brasil entra definitivamente no radar da economia circular global. A Stellantis não apenas inaugura um centro de desmontagem, mas lança as bases para uma transformação profunda no setor automotivo nacional. A expectativa é que outras montadoras sigam o exemplo, impulsionando um mercado mais eficiente, sustentável e alinhado com as demandas do século XXI.


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