A jornada da Suzano rumo ao net zero
- Felipe Cunha

- 31 de mar.
- 2 min de leitura
A Suzano, maior produtora de celulose do mundo, revelou pela primeira vez um balanço completo de suas emissões de gases de efeito estufa, incluindo o escopo 3, que abrange fornecedores e clientes. Em 2024, as emissões totais chegaram a 22,3 milhões de toneladas, das quais 87% são atribuídas ao escopo 3. A atividade de plantio de árvores desempenha um papel fundamental na remoção de carbono, ajudando a reduzir o balanço final para 16 milhões de toneladas. Apesar disso, alcançar o net zero continua sendo um grande desafio para a companhia.
Nos escopos 1 e 2, que consideram as emissões diretas e de energia utilizada, o saldo é positivo para a Suzano, removendo mais carbono do que emite. O excedente é comercializado como créditos de carbono, destacando o impacto das florestas conservadas e do plantio de eucaliptos. Contudo, as emissões relacionadas a clientes industriais e transporte dificultam o equilíbrio geral da pegada de carbono, ilustrando a complexidade de descarbonizar uma cadeia produtiva ampla.

A Suzano possui 2,9 milhões de hectares de terras, sendo 60% destinados ao plantio de eucaliptos e 40% à conservação de florestas nativas. Estas áreas contribuem não apenas para a captura de carbono, mas também para a biodiversidade e a produtividade agrícola. A conexão de fragmentos florestais é uma prioridade, com a meta de integrar 500 mil hectares até 2030, promovendo corredores ecológicos que fortalecem os biomas.
A empresa tem se comprometido com metas ambientais ambiciosas, incluindo a remoção de 40 milhões de toneladas de CO2 até 2025 e a redução de 15% na emissão de CO2 por tonelada de celulose até 2030. Resultados já foram alcançados com a substituição de combustíveis fósseis e o uso de biomassa. Um exemplo é a nova fábrica no Mato Grosso do Sul, que utiliza eucalipto como fonte de energia, reduzindo a pegada de carbono em 97%.
Além do impacto ambiental, a Suzano enfrenta desafios climáticos que influenciam o cultivo de eucaliptos. Estratégias como o plantio em "mosaico de idade" ajudam a lidar com secas e mudanças na frequência de chuvas. A conservação de florestas nativas próximas às plantações também é crucial para proteger a produtividade e reduzir pragas, destacando o papel da sustentabilidade em suas operações.
A trajetória da Suzano reflete os complexos desafios e inovações no caminho para a descarbonização e a preservação ambiental. A integração de práticas sustentáveis e a busca por soluções inovadoras demonstram o papel central das grandes empresas na luta contra as mudanças climáticas.




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